segunda-feira, junho 11, 2007

Três homens amarrotados
pelas estrelas e pelo sol
esperam
cada um o seu caixão.
Ninguém morre no meio
de uma cidade:
há sempre o nome de
uma rua ou uma sala
de estar. A família
é a única parte da cidade
que não nos estranha. De resto,
o fumo sai da chaminé, as
fábricas prosseguem, o exérctio
protege-nos das invasões
e o trabalho do tempo livre. Afinal,
o teu coração é que não está intacto,
não é o mundo.


Gonçalo M. Tavares - "A perna esquerda de Paris", Relógio D´Água