segunda-feira, junho 25, 2007

Em mim, a guerra
Divide os continentes.
O laço oceânico, que embora nos unia,
Cortaram-no.
Restam duas flâmulas, que a pouco
Desfalecem, sumidas
E pouco flutuam
Nos abismos nocturnos.
É tempo de ir em busca de outros mundos,
Movido pelo império que em mim se usa;
Capitão da minha escuna,
As vozes de coragem comandam
Em todos que em mim se escutam e confiam.

Decidimos os destinos
Ausentes de emoção;
O sangue derramado que nos guia,
O nosso sangue!
É ele que em nós resgata a divindade.

Olhai, vós, desgraçados,
Mercenários do presente!
É ainda a dor esmagada que vos prende
Que em nós torna daudável a loucura.

Tão certos rasgamos a onda que nos leva,
Nós, os deserdados das histórias de crianças,
Erguidos à Vida!
Tão sérios os rostos nas vésperas do sonho...
Tão sérios os rostos.
Só Deus nos faria regressar... Ah!
Mas Deus é o piloto do infinito.

Vinde, pois, irmãos de um outro sangue
—Amigos, chegados sem prévio aviso ou súplica
—Vinde!
É tempo de sermos nós os mandatários,
Colonos da Terra infecundada.

Ruy Cinatti